14 julho 2008

PARIS!



Quantos sonhos lindos em Paris... quantos filmes... quantas histórias... quanta vida nessa cidade linda! E pensar que meses atrás, nessa mesma data, eu nem sonhava vir para cá! Como a vida nos prega peças... como desconhecemos os desígnos dEle. Alguns meses se passaram desde a minha chegada, muitos fatos, mudanças, adaptações e surpresas num período tão curto. Isso é que nos anima, a mudança, o imprevisível, o porvir.

Nesse meio tempo, hábitos foram adquiridos, outros perdidos. Deixei de comer fruta no café da manhã, passei a tomar chá todos os dias (mesmo no calor), escuto muita música no rádio, não vejo mais televisão, leio kilômetros de páginas por dia, caminho pelo menos uma hora por dia, pego o metrô na mesma hora para ir ao mesmo local TODOS OS DIAS.
E nesse trajeto, de 12 estações, vejo sempre as mesmas pessoas, que descem nas mesmas estações, com suas mesmas pastas e sorrisos ausentes. Com o tempo, somos capazes de saber o tipo de música que cada um prefere ouvir no seu "baladeur mp3" de bolso. Até observamos que um livro foi terminado, dando lugar a um novo título ou uma apostila do curso/trabalho. Percebemos humores, decepções, preocupações, alegrias.
As pessoas que pegam o metrô com você passam a fazer parte da sua vida...Tem aquela senhora que vem sempre pedir uma ajuda para pagar o aluguel, que sobe em Sèvres-Babylone (que está fechada para reforma), tem o doidinho todo de preto que ouve rock pauleira em LaMottePiquet, tem o casalzinho de adolescentes que mora junto em Pasteur, tem a professora universitária que usa sempre o mesmo pullover vinho e saia cinza (será uma farda?) e tem eu, a brasileirinha sorridente que desce em Cluny.
Agora, lembrei do chinês paralítico que faz curso de pintura aqui do lado. Vejo-o quando vou buscar as crianças na escola. Ele faltou a aula ontem. Era sobre uma técnica de aquarela. O que terá havido??

1 comentário:

Dani Almeida disse...

Achei q era verdade até ler sobre morar em Paris e pegar as crianças na escola. Foi qdo lembrei q moras no Canadá e só tens a fofa da Julie. Verdade ou ficção, um texto perceptivo e de muita sensibilidade.