29 janeiro 2009

Quem sou eu?

Só mesmo uma "coisa" - sim, porque é uma "coisa" - tão hilária quanto o Orkut, Facebook (ou qualquer outro site de “amigos”) para achar-se no direito de nos fazer uma pergunta tão capisciosa quanto esta e ainda exigir uma resposta. Poxa, definir-se é assumidamente difícil. Ainda mais em poucas linhas, de forma totalmente sucinta e para desconhecidos lerem (e gostarem?). A questão não é o que dizer, mas como dizer, às vezes. Não que me falte modéstia - ou seria pedância - para isto, mas creio que na hora de lançarmos um olhar sobre nós mesmos, ah, meu nobre amigo, aí é onde tudo complica!
Meus melhores amigos (os bem poucos que tenho e que me conhecem de verdade) dizem que os maiores dos meus predicados são o imediatismo e a eterna busca pelo perfeccionismo. Meus melhores amigos (sempre os mesmos e poucos, quero dizer, seletos) dizem que os maiores dos meus defeitos são o meu imediatismo e a minha busca pelo perfeccionismo. E nisso até meus inimigos concordam. Por falar em inimigos, até agora nenhum declarado - e que permaneça assim, meu bom Deus (!) - acredito que tenho muito a agradecer-lhes por me fazerem melhor e mais forte. Sempre.
Sim, porque a existência (ou não) de inimigos e amigos prova que o mundo ainda tem jeito. Creio que a humanidade tenha ainda alguma salvação. Não acredito que sejamos tão ruins e egoístas assim. Ou mesmo que o nosso poder de autodestruição seja tão alto que nos impeça de ver o mal que nos fazemos através do mal que fazemos aos outros. Mas, puxando o barco pra outro lado, e falando de mim, ou melhor, de nós, se assim desejar o meu leitor, eu amo o que faço. Sou mãe em tempo integral, que tenta estudar, ser dona-de-casa, professora em licença e escritora de blog. De uns anos pra cá, aprendi que a vida muda nossos caminhos, sempre para um lado melhor, pra um destino feliz, nós é que achamos estranho e tentamos mudar o curso. Aprendi que somos aquilo que somos, e não o que querem que sejamos. Vejo a vida como o BEM maior, e a sua existência deve ser valorizada pelo que dizemos, ou fazemos, e principalmente, pelo que ouvimos (!).
Tenho minha paixão pelas artes também: literatura, música, línguas. Vejo a vida como um grande processo de aprendizagem. Passamos o nosso tempo em Terra buscando uma maneira de nos comunicarmos. Sortudos aqueles que a encontram cedo.
Sou uma pessoa reconhecidamente impulsiva. O que levo hoje é que não podemos nunca deixar de agradecer as oportunidades que temos hoje e por todas as pessoas que passam em nossas vidas. Dificilmente terei raiva de alguém, porque sei que amanhã ela poderá precisar de mim (ou eu dela) e precisamos estar “prontos” pra isso. Assim é a VIDA - como já disse anteriormente, o BEM MAIOR.

20 janeiro 2009

Barack Obama



Chorei. Ri. Emocionei-me.

Passei horas na frente da televisão acompanhando, segundo a segundo, todo o cerimonial da posse daquele que é, a partir de hoje ao meio-dia e seis minutos (horário da capital canadense e/ou estadunidense), o 44º Presidente da maior potência mundial, os Estados Unidos da América.

Um mar de gente cercava os prédios históricos do Capitólio. Uma multidão aplaudia e gritava o nome do presidente eleito. Onde foi que vimos uma cena assim na posse de um presidente? Imaginei, por alguns momentos, que a cena poderia muito bem vir de um show de um grupo de rock famoso como U2, de uma grande cantora como Madonna, etc. Mas, não, era uma cerimônia burocrática, normalmente tediosa, protocolar.

Quando todos os canais de televisão mundiais se voltaram para um mesmo espetáculo? Quando o homem pisou na Lua... Ou ainda, quando a Challenge explodiu... Ou pro casamento de Lady Di e o príncipe Charles? Alguém aí se lembra do momento do juramento oficial do ultimo presidente eleito pelos Estados Unidos?

Não, acho que os idos de 2005, a segunda posse de Bush, o seu discurso, tudo isso ficou pra trás. Naquela gaveta da história onde serão guardados todos os fatos pré-Obama: as guerras, as crises econômicas, as desigualdades, o racismo. Foi uma parcela do mundo que o escolheu, apenas a população daquele país. Mas, o mundo o aceitou e o aplaude. Quantos de nós, cidadãos de outros países, acompanhamos essa campanha com fé, acreditando que ele seria o melhor candidato, aprovando seus planos de governo, como se dele fôssemos beneficiar diretamente?

O mundo todo anseia por tempos melhores, por bons ares. E eu aposto nele, o negro que vai “refazer a América”. Eu acredito nele, porque já chegou refazendo a cabeça e os conceitos mundiais quanto às origens sociais, à raça, às escolhas políticas.

Eu não sou negra. Sou branca. Não sou norte-americana, sou brasileira. Mas, será que isso importa mesmo agora? Será que somos todos de diferentes raças e origens? Justamente, acredito que a partir de hoje, estamos unidos (enfim) pela mesma esperança.

Um sopro de esperança de uma vida melhor. Para todos. No mundo.

Eu espero sinceramente que seja.